A Universidade de São Paulo (USP) anunciou um acordo com o Instituto Pasteur para instalação de uma unidade da instituição francesa no Brasil. A iniciativa tem apoio do Governo do Estado de São Paulo e foi confirmada em cerimônia no campus da universidade, em 4 de julho.
O evento celebrou ainda os 60 anos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e os 200 anos de Louis Pasteur, com renovação por mais um ano da Plataforma Científica Pasteur-USP (SPPU, na sigla em inglês), conjunto de laboratórios que abrigará a unidade brasileira do instituto.
Em funcionamento no campus da USP em São Paulo, a SPPU desenvolve pesquisas voltadas a diagnósticos, tratamentos e vacinas contra doenças infeccioas emergentes e negligenciadas, transmitidas por patógenos que causam respostas imunes complexas e que produzam distúrbios no sistema nervoso, como os vírus zika e SARS-CoV-2.
“Temos certeza de que esse acordo irá aprofundar as colaborações com o Instituto Pasteur. Temos valores em comum, priorizamos a saúde pública, a pesquisa e a inovação”, afirmou o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior.
O vice-presidente executivo do Instituto Pasteur, François Romaneix, disse que o apoio de uma das universidades mais prestigiadas da América Latina e da Embaixada da França no Brasil foi fundamental no processo de criação da SPPU e na evolução para um Instituto Pasteur de São Paulo.
A novidade contará também com o trabalho da Fapesp, que abriu, segundo o presidente da fundação, Marco Antonio Zago, chamada internacional para atrair jovens pesquisadores do mundo todo. O Programa G4, como é chamado, busca atrair talentos que não tenham vínculo com uma instituição brasileira ou estrangeira.
Serão três editais. Além do recém-lançado, haverá mais um em 2023 e um terceiro em 2024. Ao final dos quatro anos do projeto, cada pesquisador principal poderá concorrer a uma vaga de docente, oferecida pela USP ou pelo Instituto Pasteur, para trabalhar permanentemente na plataforma.
No evento, foi inaugurado um busto de Louis Pasteur presenteado pelos franceses, em comemoração aos 200 anos de nascimento do cientista.
Nova plataforma
O cônsul-geral adjunto da França em São Paulo, Christophe Alamelama, destacou que a colaboração do Instituto Pasteur com o Brasil deverá ser reforçada com a criação de uma nova plataforma científica, desta vez em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Essa nova plataforma, que será a base para a criação de outra unidade do Instituto Pasteur no Brasil, já estava prevista no acordo tripartite, firmado em 2015 entre a USP, a Fiocruz e o Instituto Pasteur.