O primeiro mês do ano traz relevante alerta para o tema da saúde mental na vida das pessoas. A AFPESP (Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo) salienta a importância da campanha Janeiro Branco, mês dedicado à prevenção, tratamento e apoio às pessoas que sofrem com depressão, ansiedade e outros transtornos que causam enorme sofrimento físico e psicológico. “A saúde mental está ligada não somente ao estado emocional, neurológico, comportamental, sentimental e fisiológico da pessoa, mas também ao conhecimento de si mesma e de suas necessidades psicológicas” ressalta o médico pneumologista, Álvaro Gradim, presidente da entidade.
Gradim explica que existem diversos fatores capazes de influenciar negativamente a saúde mental de um indivíduo. Com a pandemia e o isolamento social, esses eventos ganharam força, aliados ao sofrimento emocional provocado pela ausência de convívio com amigos e parentes, privação do lazer ou, ainda, excesso de trabalho e medo da Covid-19. “Esse abalo emocional deve ser encarado com muita seriedade pois, se não tratado, o quadro pode evoluir para depressão, crises severas de estresse, ansiedade ou pânico, por exemplo. Quando se fala na prevenção de doenças, é muito comum que os esforços se concentrem apenas na saúde do corpo, deixando de lado a saúde mental. Manter a mente sã é tão importante quando garantir o bom funcionamento do organismo”.
O presidente da AFPESP destaca ainda sinais de alerta para a saúde mental de uma pessoa. Cansaço exagerado, excesso de sono ou insônia, irritabilidade, consumo excessivo de álcool ou cigarros podem ser indícios de que a saúde mental não está bem, sendo necessária a busca por um especialista. Segundo ele, é importante também ficar atento ao comportamento de crianças e idosos, público mais afetado com o isolamento social prolongado.
Saúde mental no trabalho
Lidar com a pandemia também tem sido um desafio no ambiente profissional. O isolamento social levou os trabalhadores a situações extremamente estressantes. Boa parte da população teve suas atividades laborais suspensas ou reduzidas de forma abrupta, reduzindo expressivamente seus ganhos ou, ainda, levando à perda do emprego, enquanto outros precisaram se adaptar para realizar o trabalho de forma online, acumulando assim as tarefas corporativas e familiares.
Por outro lado, os trabalhadores que desempenham atividades essenciais, como médicos, policiais e trabalhadores da limpeza urbana, tiveram de adotar diferentes medidas de segurança tanto no local de trabalho como durante o deslocamento para evitar o contágio com a Covid-19 e, ao mesmo tempo, desempenhar suas funções.
Para essas pessoas, além do iminente risco de uma contaminação pelo vírus, o ritmo de trabalho aumentou consideravelmente, sobrecarregando tanto seu corpo quanto sua mente. “Servidores públicos da área da saúde tem tido um enorme papel no enfrentamento da pandemia e, apesar desse protagonismo, os trabalhadores essenciais enfrentam diariamente a precariedade nos centros de saúde, falta de insumos e, o mais grave, materiais de proteção individual, expondo essas pessoas à doença. Tudo isso causa uma enorme pressão emocional”, alerta Álvaro Gradim.
Outra classe fortemente afetada pelo avanço da pandemia são os educadores. Com o fechamento das escolas, esses profissionais precisaram se reinventar para não só se adaptar ao ensino remoto como também engajar os alunos com dificuldades para acessar as ferramentas online e manter o nível de aprendizado.
Para reforçar a importância do Janeiro Branco, a AFPESP promove campanha de conscientização e incentivo aos cuidados da saúde mental. Ao longo do mês, a entidade disponibilizará, em suas redes sociais e portal de informações, entrevistas com especialistas em vídeos educativos, informando as principais causas, sintomas e tratamentos de alguns transtornos psicológicos. Os materiais trarão, ainda, dicas de como manter a mente saudável, sobretudo neste período de pandemia.